12 de Março de 1572<br> – Publicação de <i>Os Lusíadas</i>

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O poema épico de Luís de Ca­mões, es­crito numa época em que Por­tugal e a Es­panha di­vi­diam o mundo e em que o latim era a língua dos eru­ditos, cons­titui não só a exal­tação dos feitos dos por­tu­gueses com os Des­co­bri­mentos, mas também a ele­vação da língua pá­tria – o por­tu­guês – ao nível da epo­peia ma­rí­tima. Pu­bli­cada 70 anos de­pois da des­co­berta do ca­minho ma­rí­timo por Vasco da Gama, a obra, de­di­cada a D. Se­bas­tião, imor­ta­liza os mo­mentos mar­cantes da His­tória de Por­tugal se­gundo as re­gras e con­ven­ções da epo­peia clás­sica, que Ca­mões en­ri­quece com a sua imensa cri­a­ti­vi­dade, como quando co­loca os he­róis por­tu­gueses em con­fronto com os deuses, atri­buindo-lhes uma con­dição di­vina. Uma ca­rac­te­rís­tica fun­da­mental do poema é de resto a exis­tência de um herói co­lec­tivo – o povo por­tu­guês – que o poeta canta no «peito ilustre lu­si­tano». Di­vi­dida em dez cantos, o maior poema épico da língua por­tu­guesa é in­ter­na­ci­o­nal­mente re­co­nhe­cido como uma obra prima e está tra­du­zido em vá­rias lín­guas, do chinês ao russo.